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Boletim da IACM de 24. Janeiro 2013

Ciência/Humanos: Um estudo indica que os consumidores de cannabis têm um risco diminuído de desenvolver diabetes

De acordo com um estudo representativo, com 10.896 cidadãos dos Estados Unidos, os consumidores de cannabis têm um risco significativamente menor para o desenvolvimento de diabetes mellitus em comparação com os não-consumidores. O estudo foi liderado pelo Dr. Tripathi B. Rajavashisth, David Geffen School of Medicine, Universidade da Califórnia em Los Angeles. Os autores usaram dados da sondagem National Health and Nutrition Examination Survey realizada pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde do Centro de Controle e Prevenção de Doenças. O estudo incluiu quatro grupos: não-consumidores de cannabis (61,0%), ex-consumidores de cannabis (30,7%), consumidores de cannabis leves (1-4 vezes por mês) (5,0%) e pesados (mais de cinco vezes / mês) (3,3%).

Os consumidores de cannabis apresentaram uma menor prevalência de diabetes em comparação com os não- consumidores (odds ratio de 0,42). Num modelo estatístico de controle de factores sócio-demográficos e outros o risco diminuiu ainda mais (odds ratio ajustado: 0,36). Isto significa que o risco diminui em 36% em relação aos não-consumidores de cannabis. O autor concluiu que o uso de cannabis estava "associado com uma menor prevalência de DM [diabetes mellitus] e que outros estudos são necessários para mostrar um efeito directo da cannabis nos DM."

Rajavashisth TB, Shaheen M, Norris KC, Pan D, Sinha SK, Ortega J, Friedman TC. Decreased prevalence of diabetes in marijuana users: cross-sectional data from the National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) III. BMJ Open. 24 Feb 2012;2:e000494.

Texto completo grátis.

Ciência/Humanos: Segundo um estudo clínico, o cannabis inalado melhora a dor neuropática

De acordo com um estudo clínico da Universidade da Califórnia, com 39 pacientes que sofrem de dor neuropática, doses baixas a moderadas de cannabis inalado foram eficazes na redução da dor. O estudo foi liderado pelo Dr. L. Barth Wilsey do VA Northern California Health Care System da Califórnia, em Sacramento. Os participantes receberam ou uma dose média ou baixa de cannabis inalado por um vaporizador ou por placebo. A maioria deles sofria de dor neuropática central ou periférica apesar dos tratamentos convencionais.

Não houve diferenças significativas entre os grupos que receberam doses baixas e médias de cannabis. Uma média de cerca de três pacientes tiveram que ser tratados para que um paciente beneficie de uma redução da dor de mais de 30%. Os autores observaram que estes resultados "são consistentes aos dos medicamentos tradicionais para a dor neuropática" e que os efeitos psicoativos são poucos e bem tolerados. Concluíram assim que "cannabis vaporizado, mesmo em doses baixas, pode ser uma opção eficaz para pacientes com dor neuropática resistente ao tratamento."

Wilsey B, Marcotte T, Deutsch R, Gouaux B, Sakai S, Donaghe H. Low-Dose Vaporized Cannabis Significantly Improves Neuropathic Pain. J Pain. 10 Dec 2012. [na imprensa]

Canada: O governo quer alterar o regulamento do programa relativo ao cannabis medicinal em 2014

Em 16 de Dezembro, a ministra da Saúde, Leona Aglukkaq anunciou que o governo do Canadá pretende fazer alterações no acesso ao cannabis para fins medicinais. "O actual regulamento de cannabis medicinal deixou o sistema aberto ao abuso", disse a ministra Aglukkaq. Na última década, o Programa de Acesso Médico à Cannabis tem crescido exponencialmente, de menos de 500 pessoas autorizadas em 2002 para mais de 26,000 hoje em dia.

O Governo deixará de produzir e distribuir cannabis para fins médicos e a abrirá o mercado a empresas particulares, sendo que estas devem responder a requisitos de segurança rigorosos . O cultivo em domicílios particulares deixará de ser autorizado. Os pacientes não precisarão de solicitar uma autorização para o uso medicinal da cannabis ao Ministério da Saúde. Os médicos serão capazes de assinar um documento semelhante a uma prescrição médica para que os pacientes possam comprar a quantidade adequada a um fornecedor autorizado. O governo pretende implementar este novo sistema até 31 de Março de 2014.

Comunicado de imprensa de Health Canada de 16 de Dezembro 2012

Alemanha: O Supremo Tribunal Administrativo decidiu que, em condições estritas, os pacientes podem cultivar a sua própria cannabis

Os cidadãos alemães gravemente doentes podem, em condições estritas, ser autorizados a cultivar cannabis em casa, segundo a decisão do Supremo Tribunal Administrativo de Munster num acórdão de 7 de Dezembro de 2012. Os pacientes para os quais não existem outras terapias disponíveis ou eficientes podem fazer um pedido ao Instituto Federal de Medicamentos e Dispositivos Médicos (BfArM) em Bonn, afirmou o porta-voz do tribunal, Ulrich Lau. No contexto de um auto-tratamento, acompanhado e monitorizado por um médico, seria possível cultivar plantas de cannabis em casa. "Esta decisão é um marco no caminho para um melhor abastecimento dos cidadãos alemães em medicamentos derivados de cannabis ", disse Franjo Grotenhermen, presidente da Associação Alemã para a Cannabis como medicamento. "Esta medida vai aumentar a pressão sobre os legisladores para melhorar o acesso a produtos de cannabis para fins medicinais".

O tribunal deixou claro no entanto que os pacientes cujos seguros de saúde cobrem os custos de um tratamento com medicamentos à base de canabinóides no entanto, não poderão obter uma autorização para o auto-cultivo. No caso particular de um doente muito queixoso que sofria de esclerose múltipla os juízes decidiram a favor da República Federal da Alemanha, que lhe havia negado uma aprovação para auto-cultivo. O doente não foi capaz de convencer o tribunal de que o canabinóide dronabinol, que é reembolsado pelo seu seguro de saúde, não tem o mesmo efeito farmacológico que a cannabis por ele cultivada.
Os argumentos da BfArM para uma recusa geral de aprovações para auto-cultivo por pacientes foram no entanto completamente rejeitados pelo tribunal. A decisão esclarece: "Se uma opção de tratamento a preços acessíveis faltar, uma licença para o cultivo pessoal de cannabis tem que ser levada em consideração - a critério do BfArM". Um tratamento supervisionado por médicos com cannabis ou canabinóides é actualmente possível de duas maneiras diferentes na Alemanha: primeiro, a prescrição de dronabinol, o derivado sintético do THC nabilona, e o extracto de cannabis Sativex (actualmente utilizado por pouco mais de mil pacientes). No entanto, os custos não são na sua maioria cobertos pelos seguros de saúde, com excepção do Sativex prescrito contra a espasticidade causada pela esclerose múltipla. O uso médico da cannabis em forma de erva da farmácia importado dos Países Baixos é também possível. Este requer, porém, uma autorização especial do Instituto Federal de Medicamentos e Dispositivos Médicos (actualmente cerca de 120 pacientes).

O acórdão do Supremo Tribunal Administrativo ainda não se tornou definitivo. Pode demorar meses ou mesmo anos antes que o Instituto Federal de Medicamentos e Dispositivos Médicos esteja em conformidade com a decisão dada a experiência com reacções anteriores do instituto para as decisões judiciais.

Julgamento de 7 de Dezembro 2012, OVG NRW 13 A 414/11.

Comunicado de imprensa da associação alemã ACM de 20 de Dezembro 2012.

Not�cias

EUA: Começou em Washington D.C. o programa de cannabis medicinal
Quinze anos depois de os votantes terem dado luz verde a um programa de cannabis medicinal na capital, algumas empresas obtiveram a provação para cultivar e vender o medicamento e contam abrir lojas em poucos meses a partir do ano novo, segundo fontes oficiais.
Washington Times de 25 de Dezembro 2012.

Ciência/Células: Um endocanabinóide estimula os glóbulos brancos do sangue para liberar factores contra os micróbios
Concentrações muito baixas de endocanabinóide 2-AG e de ácido araquidónico dados a alguns glóbulos brancos (neutrófilos) inibem a infectividade do vírus do herpes simplex e outros micróbios através da liberação de determinados factores. Os autores escreveram: "Considerando que as concentrações nanomolares de AA ou 2-AG foram suficientes para prejudicar a infectividade viral, isso sugere potenciais funções fisiológicas para 2-AG e AA como reguladores de defesa do hospedeiro in vivo".
Institut Universitaire de Cardiologie et de Pneumologie de Québec, Département de Médecine, Québec City, Canada.
Chouinard F, et al. J Leukoc Biol. 12 Dec 2012. [na imprensa]

Ciência/Animais: O receptor canabinóide de tipo 2 influencia a gravidade da doença de Huntington
Num modelo de rato com a doença de Huntington, os animais sem receptores CB2 mostraram uma aceleração do aparecimento de défices motores e um aumento na gravidade. No tratamento de ratos com os canabinóides que se ligam ao receptor CB2 no entanto, a esperança de vida aumentou. Os autores escreveram que as suas descobertas "fornecem uma nova abordagem terapêutica para o tratamento da HD."
Programa de Neurociências da Universidade da Califórnia em San Francisco, EUA.
Bouchard J, et al. J Neurosci 2012;32(50):18259-18268.

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