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Boletim da IACM de 30. Outubro 2012

EUA: Petição de aprovação da cannabis como medicamento em tribunal federal

Os defensores do uso legal da cannabis para fins medicinais, realizaram no passado dia 16 de Outubro, uma petição ao tribunal federal de recursos para fazer o que o Congresso e os presidentes dos EUA se resistiram a fazer durante décadas e ajudar a atenuar o nível de regulamentação em torno da cannabis. A associação Americans for Safe Access afirmou que não há razão para que a Agência de luta contra a droga dos EUA (DEA) controle a cannabis tão firmemente como é o caso com a heroína.

Joseph Elford, advogado da associação Americans for Safe Access, afirmou que a DEA ignorou evidências recentes dos benefícios médicos da cannabis, quando, em 2011, a agência se recusou a atenuar o regulamento em vigor. A lei federal exige que DEA tome essa evidência em conta, afirmou o advogado. O governo federal divide as drogas em cinco categorias, ou listas. A Categoria I exige um controlo estrito e abrange drogas como a marijuana e a heroína. A cocaína é uma droga de Categoria II, e os medicamentos que necessitam receita médica estão classificados na categoria mais baixa. Os medicamentos são classificados por risco de abuso, valor médico e risco de dependência. O grupo de Elford quer que o tribunal de recursos obrigue a DEA a conduzir uma audiência sobre a classificação da marijuana, que o grupo acredita deveria pertencer à Categoria III ou inferior.

Reuters de 16 de Outubro 2012

Ciência/Humanos: A biodisponibilidade dos canabinóides é ligeiramente maior quando estes são administrados durante as refeições

O THC e o CBD em conjunto com uma refeição provocam concentrações sanguíneas máximas e maior biodisponibilidade em comparação com a ingestão em jejum, mas a diferença é pequena. Este é o resultado de um estudo clínico realizado pela empresa GW Pharmaceuticals com 12 indivíduos, que receberam uma dose única de Sativex (4 pulverizações = 10,8 mg de THC + 10 mg de CBD) uma vez em jejum e quatro dias mais tarde com uma refeição.

A biodisponibilidade média sistémica e as concentrações sanguíneas máximas foram mais elevadas para THC, o THC metabólito 11-OH-THC (11-hidroxi-delta-9-tetrahidrocanabinol), e para o CBD (canabidiol) quando administrados com uma refeição. Houve uma alta variabilidade das concentrações entre os diferentes indivíduos, principalmente para o THC. As concentrações plasmáticas máximas de THC administradas em jejum variaram entre 0,97 e 9,34 ng/ml (nanogramas por mililitro), e após a ingestão durante as refeições, entre 2,81 e 14,91 ng/ml. Sete indivíduos apresentaram uma maior concentração de THC após a ingestão de Sativex durante a refeição, enquanto que 5 indivíduos apresentaram uma maior concentração de THC após a ingestão de canabinóides em jejum. A alimentação pareceu também retardar o tempo necessário à obtenção da concentração máxima em todos os participantes em cerca de 2 a 2,5 horas, o que pode também atrasar o tempo necessário à obtenção do efeito máximo.

Stott CG, White L, Wright S, Wilbraham D, Guy GW. A phase I study to assess the effect of food on the single dose bioavailability of the THC/CBD oromucosal spray. EUR J Clin Pharmacol. 4 de Out. de 2012. [na imprensa]

Not�cias

Ciência/Humanos: Num estudo observacional, 4 em cada 10 pacientes com esclerose múltipla encontraram alívio com o Sativex.
Num estudo observacional realizado na Alemanha com 300 pacientes, o tratamento de um mês com Sativex, que contém THC e CBD, reduziu a espasticidade da esclerose múltipla grave a moderada de 20% ou mais em cada 4 pacientes em 10 que previamente não respondiam a terapias convencionais. Após três meses, a melhoria observada foi de 30% ou mais. Estes resultados foram apresentados a 11 de Outubro num congresso em Lyon, França.
Comunicado de Imprensa da GW Pharmaceuticals de 12 de Outubro 2012

Ciência/Humanos: O CBD inibe os efeitos do THC sobre a psique e a cognição
Num estudo aleatório com 48 indivíduos saudáveis, os participantes (n = 22) que receberam 600 mg de CBD por via oral 210 minutos antes da infusão de 1,5 mg de THC, a paranóia foi menor, enquanto que a capacidade de memória e aprendizagem foi melhor em comparação com os participantes (n = 26) que receberam um placebo antes do THC.
Centro de Investigação Biomédica, Instituto de Psiquiatria, King's College Londres, Reino-Unido.
Englund A, et al. J Psychopharmacol. 5 Outubro 2012. [na imprensa]

Holanda: A recente lei da cannabis nos coffee shops pode ser alterada
Após a eleição parlamentar de 12 de Setembro de 2012, a lei sobre os coffee shops de cannabis pode ser alterada. Os políticos trabalham numa proposta de compromisso para acabar com as divisões sobre a introdução do wietpas, um cartão de membro para as coffee shops. É improvável que o cartão seja instaurado em todo o país em Janeiro de 2013. O compromisso poria fim à obrigação dos proprietários de coffee shops de registar os usuários e permitiria a compra de drogas leves em todo o país. A entrada seria no entanto recusada aos «estrangeiros». O Partido Trabalhista e o Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD) estão actualmente em negociações para a formação de um novo governo.
DutchNews.nl de 18 de Outubro 2012

França: O ministro da Educação apela à discussão sobre a legalização da cannabis
O ministro da Educação Vincent Peillon disse durante uma entrevista na radio que é a favor da legalização da cannabis. Peillon disse que gostaria de abrir o debate sobre a possível legalização da cannabis. Afirmou ainda que os resultados do uso de "meios repressivos" para combater o tráfico de drogas "sugerem que estes não são muito eficazes". O partido conservador na oposição reagiu com histeria e exigiu um esclarecimento do presidente François Hollande. Em consequência, o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault disse, a 15 de Outubro que a França não tem a intenção de legalizar cannabis.
UPI de 15 de Outubro 2012

EUA: A cidade de Oakland pede ao governo federal que as acções contra os dispensários de cannabis cessem
A cidade de Oakland entrou com uma acção no tribunal federal para impedir que o Departamento de Justiça se apodere da propriedade alugada ao maior dispensário cannabis medicinal do país. "Esta acção pretende proteger os direitos legítimos dos pacientes ", afirmou em comunicado a advogada do município Barbara Parker a 10 de Outubro, quando o processo deu entrada.
New York Times de 11 de Outubro 2012.

Ciência/Animais: Um inibidor da síntese de endocanabinóide pode ser uma esperança contra a obesidade
Um inibidor da síntese do endocanabinóide 2-AG, denominado O-7460, reduziu os níveis de 2-AG e o peso corporal em ratos.
Grupo de Investigação Endocannabinoide, C.N.R., Pozzuoli, Itália.
Bisogno T, et al. Br J Pharmacol. 16 de Out. 2012. [na imprensa]

Ciência/Animais: Acção sinérgica do THC e da morfina na redução da dor
Pesquisas com ratos indicam que alternar um tratamento com opiáceos (morfina) e canabinóides (THC) pode produzir uma analgesia mais duradoura e mais potente do que qualquer um dos compostos administrados isoladamente.
Departamento de Psicologia da Universidade Estadual de Washington Vancouver, EUA.
Wilson-Poe AR, et al. Pharmacol Biochem Behav. 10 de Out. 2012. [na imprensa]

Ciência/Humanos: Adesão ao tratamento com cannabis em pacientes HIV-positivos
Num estudo com 180 indivíduos HIV-positivos, que receberam o tratamento anti-retroviral, os que apresentavam dependência ao cannabis tiveram uma menor adesão ao tratamento e mais efeitos colaterais do que aqueles com consumo de cannabis moderado ou que não eram consumidores.
Centro Nacional de TEPT, Sistema de Saúde de VA Palo Alto, Califórnia, EUA.
Bonn-Miller MO, et al. J Behav Med. 7 de Out. 2012. [na imprensa]

Ciência/Animais: O THC não aumenta o efeito reforçante da heroína em macacos
Numa experiência levada a cabo com macacos Rhesus, a auto-administração de heroína não aumenta se esta for combinada com o THC. Concluiu-se que estes resultados "indicam que o THC não aumenta significativamente os efeitos positivos de reforço de heroína, apoiando ainda mais a ideia de que combinar agonistas de receptores canabinóides e opióides (por exemplo para o tratamento da dor) não aumenta, e pode diminuir o risco de abuso de drogas individuais".
Departamentos de Farmacologia e Psiquiatria da Universidade do Texas, San Antonio, EUA.
Li JX, et al. Behav Pharmacol. 5 de Out. 2012. [na imprensa]

Ciência/Humanos: O consumo de cannabis não aumenta o risco de suicídio
Num estudo realizado com 976 alunos, o consumo elevado de cannabis não foi associado a um aumento do risco de tentativas de suicídio dois anos depois, mas sim com um maior risco de depressão. Os participantes foram contactados em 2000/2001 e em 2002/2003.
Departamento de Saúde Comunitária e Epidemiologia, Universidade de Dalhousie, Halifax, Canadá.
Rasic D, et al. Drug Alcohol Depend. 4 de Out. 2012. [na imprensa]

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